ACIDOSE RUMINAL EM BOVINOS
Atualizado: 18 de mar.
Uma dieta balanceada é fundamental para o bom desempenho de uma criação, tendo em vista que a nutrição é essencial para a saúde do gado. Mas isso não é o que acontece sempre. Na criação de ruminantes, é muito comum que a alimentação tenha grande expressão de alimentos fibrosos, carboidratos e grãos, os quais precisam ser corretamente administrados, pois excesso ou ausência de determinadas fontes nutricionais, podem causar sérios problemas para o animal.
A nutrição adequada garante que o bovino tenha a saúde do trato digestivo funcionando normalmente. Caso contrário, possivelmente ele irá desenvolver doenças, que se não tratadas corretamente, podem levar o animal a óbito. O rúmen bovino é constituído por uma microbiota rica, auxiliar no sistema digestivo. Dentre os microrganismos, estão presentes:
● Bactérias amilolíticas→ responsáveis pela degradação do amido e produção de ácidos graxos, colaborando com a redução do pH;
● Bactérias celulolíticas→ responsáveis pela degradação da celulose, colaborando com a manutenção do pH;
● Protozoários → contribuintes na estabilização da fermentação ruminal e cerca de 20% das proteínas que seguem para o duodeno;
● Fungos→ contribuintes na atividade enzimática de celulase e hemicelulase.
Essa microflora convive em equilíbrio, porém, quando há uma grande ingestão de concentrado em um intervalo curto (além de outros aspectos), ocorre uma disbiose. Como a ração é um alimento rico em carboidrato altamente fermentável (de fácil digestão), as bactérias amilolíticas começam a se proliferar, ocasionando uma queda mais brusca do pH ruminal. Processo esse, denominado Acidose.
A Acidose Láctica Ruminal é uma doença de caráter metabólico que acomete muitos bovinos, sendo ainda mais comum no gado de engorda, já que com o auxílio da ração, os animais ganham peso mais rapidamente ou vivem no limiar da acidose, fator o qual também pode acometer animais de confinamento ou até mesmo em vacas de alta produção. Com a ingestão em grande quantidade de alimentos fermentáveis e o pH decrescendo as demais bactérias vão morrendo, devido a acidificação do meio.
Esse processo resulta em um rúmen abundante em lactobacilos (bactérias resistentes a um pH baixo), causando complicações na digestão, sendo de suma importância intervenção terapêutica, podendo ser necessário até mesmo procedimentos cirúrgicos, dependendo da gravidade do quadro clínico.
Além dos danos prejudiciais à vida desses animais, esse cenário também acarreta em um grande prejuízo financeiro para o pecuarista.
Para que essa doença seja evitada, é essencial que haja uma dieta balanceada e bem adaptada para suprir o requerimento nutricional, visando evitar enfermidades como essa e assegurar o bom desempenho dos animais.
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Texto escrito por: Manuela Santos Gonçalves
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Imagem: INATA Biológos
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