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Timpanismo em Bovinos

O que é?

O timpanismo é uma distensão que ocorre nos pré-estômagos dos ruminantes por acúmulo de gases, podendo ser decorrente de alguma etapa da eructação. Em condições normais, todo gás produzido nesses pré-estômagos são liberados pela eructação.


Fisiologia da Eructação

A eructação possui 5 etapas:

  • Estádio de Separação

  • Estádio de Deslocamento

  • Estádio de Transferência

  • Estádio Esofagiano

  • Estádio Faringopulmonar

  1. Estádio de Separação: Coalescência entre as bolhas produzidos pela ingesta com o ar livre no saco Dorsal do rúmen.

  2. Estádio de Deslocamento: O gás é empurrado para a região cárdia pela ação da contração do rúmen.

  3. Estádio de Transferência: O cárdia se abre, e o conteúdo vai para o Esôfago.

  4. Estádio Esofagiano: Movimentação retrógrada do Esôfago, o gás livre é empurrado para a traqueia

  5. Estádio Faringopulmonar: Abertura do esfincter nasofaríngeo, o gás livre direciona-se para os pulmões para ser reabsorvido ou expirado.


Tipos de Timpanismo

Pode haver 2 tipos de Timpanismo: O Timpanismo Primário e Timpanismo Secundário.

  • Timpanismo Primário ou Espumoso

Ocorre quando há alguma falha na primeira etapa da eructação, na qual não há coalescência adequada das bolhas produzidas pela ingesta com o gás livre no saco dorsal do rúmen.

Esse tipo de Timpanismo tem 2 principais causas:

  1. Dieta com muitas proteínas solúveis (tensoativas), presentes em forrageiras, principalmente em leguminosas, o que aumenta a estabilidade das bolhas, diminuindo a sua movimentação e Coalescência.

  2. Dieta muito rica em concentrado, com dieta muito viscosa, essa viscosidade dificulta a movimentação dessas bolhas na ingesta.

  • Timpanismo Secundário ou de “Gás Livre”

Ocorre quando há alguma alteração nas demais etapas da eructação. Podendo ocorrer quando há um impedimento na movimentação rúmen-retículo ou por processos obstrutivos que impossibilitem a passagem do gás.

Quando ocorre alguma alteração no estádio Faringopulmonar, por uma obstrução por exemplo, não há ocorrência do Timpanismo, pois o animal vem à óbito antes disso acontecer.


Aspectos Clínicos

Distensão da cavidade abdominal, inicialmente visualizado no lado esquerdo, mas pode ser visto em ambos os lados em casos mais severos.

Com a progressão do quadro, pode haver a ocorrência de outros sinais clínicos. Em decorrência do aumento de pressão sobre a Musculatura do tórax, levando a dificuldade respiratória, aumentando as frequências cardíaca e respiratória.

Além desses sinais, pode haver queda da produção de leite, micção e defecação frequentes, inquietação e perda de apetite.


Diagnóstico

O diagnóstico é baseado no histórico do animal e sinais clínicos, dificilmente é realizado exames laboratoriais.

Em diagnóstico post mortem, se faz necessário realizar necropsia a fim de se observar: alterações circulatórias, congestão do esôfago, compressão dos pulmões entre outras alterações.


Prevenção e Tratamento

Para a aplicação do tratamento mais adequado, deve-se levar em consideração:

  • Tipo de Timpanismo

  • Grau do quadro

  • Urgência

Em relação ao controle do Timpanismo Primário, que é relacionado a dieta, deve-se fazer um controle de plantas leguminosas que possuem alta presença de proteína solúveis (tensoativas). E disponibilidade de dietas mais equilibradas, no que diz respeito à presença de concentrado e fibroso.

Em Relação ao controle e tratamento do Timpanismo Secundário, deve-se fazer uma

desobstrução, através de uma sonda ou de forma manual.

Se deseja manter os seus animais livres do Timpanismo e outras várias doenças, entre em contato com nossa equipe e garanta os nossos serviços de manejo sanitário!


Escrito por: Gustavo Ribeiro

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