top of page

LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

  • Foto do escritor: VetJr. UFMG
    VetJr. UFMG
  • há 6 dias
  • 3 min de leitura

PATOGENIA

A leishmaniose visceral canina é uma zoonose que possui grande repercussão na saúde única, cujo agente etiológico comumente associado a essa doença é o protozoário intracelular obrigatório da espécie Leishmania infantum. Esse agente é transmitido através da picada da fêmea do flebotomíneo infectado do gênero Lutzomyia, conhecido popularmente como mosquito palha.

Após a inoculação das formas promastigotas nos cães, os quais são hospedeiros definitivos e reservatórios do agente, estas são fagocitadas pelas células do sistema fagocítico mononuclear, que são representadas principalmente pelos macrófagos. Dentro dessas células as promastigotas se transformam em amastigotas, as quais se multiplicam rapidamente e, quando os macrófagos estão densamente parasitados, se rompem liberando várias amastigotas que são fagocitadas novamente por outros macrófagos.

Já o hospedeiro intermediário, que são as fêmeas dos flebotomíneos, se infectam através da ingestão das formas amastigotas presentes no sangue do cão e, em seu intestino, as amastigotas se transformam em promastigotas que se multiplicam rapidamente e são transmitidas para o hospedeiro definitivo através da picada do flebotomíneo.


SINAIS CLÍNICOS

Nos caninos, a leishmaniose pode apresentar a forma clínica assintomática, oligossintomática e sintomática. A forma assintomática é caracterizada pela ausência de sinais clínicos evidentes, porém exames sorológicos podem indicar uma possível infecção.

A forma oligossintomática ocorre quando há manifestação de até dois sinais clínicos e estes são inespecíficos, como pelos opacos, aumento do tamanho dos linfonodos, perda de peso discreta.

Na forma sintomática várias alterações clínicas podem ser observadas, como linfadenomegalia local ou generalizada, polidipsia, poliúria, êmese, polimiosite, poliartrite, neuralgia, febre, onicogrifose, esplenomegalia, ascite, anemia, caquexia, perda de apetite, hiperqueratose, alopecia, descamação da pele, eczema nas orelhas e focinho, epistaxe, uveíte, ceratoconjuntivite, blefarite, diarreia, apatia, sonolência, edema nas patas e periostite.


PROGRAMA DE CONTROLE DE LEISHMANIOSE VISCERAL (PCLV)

O Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV) do Ministério da Saúde tem como pilares o diagnóstico precoce, o tratamento dos casos humanos, a redução da população de flebotomíneos e a eliminação de reservatórios infectados.

Os principais componentes do PCLV são: assistência dos casos humanos, vigilância entomológica e controle vetorial; controle dos reservatórios; e educação em saúde.

Os métodos que estão disponíveis para prevenir a disseminação da LV na população canina incluem o tratamento, a realização de vigilância sorológica, a eliminação de cães soropositivos e o fornecimento de proteção para os cães contra as picadas dos flebotomíneos por meio de colares ou repelentes de uso tópico.


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico pode ser realizado no âmbito da atenção primária e, por se tratar de uma doença de notificação compulsória e com características clínicas de evolução grave, deve ser feito de forma precisa e mais oportuna possível. Esse diagnóstico pode ser feito através da associação dos sinais clínicos com exames laboratoriais, como testes imunológicos (reação de imunofluorescência indireta, ensaio imunoenzimático, testes rápidos imunocromatográficos) ou testes parasitológicos, considerados padrão-ouro para o diagnóstico de LV. Além disso, deve-se realizar diagnóstico diferencial com enterobacteriose de curso prolongado, malária, brucelose, febre tifóide, esquistossomose hepatoesplênica, forma aguda da doença de Chagas, linfoma, mieloma múltiplo, anemia falciforme e leucemia, entre outras.

No Brasil, os medicamentos utilizados para o tratamento da LV em cães são o antimoniato de meglumina e a anfotericina B. A escolha terapêutica deverá considerar a faixa etária, a presença de gravidez e as comorbidades. O tratamento também engloba terapêutica específica e medidas adicionais, como hidratação, administração de antitérmicos e antibióticos, hemoterapia e suporte nutricional.

A Leishmaniose Visceral Canina impacta diretamente a saúde única por ser uma zoonose de difícil controle no Brasil, por isso, para saber mais sobre o status da doença na sua região e como se prevenir corretamente, contacte a VetJr para mais informações!


Comentários


Logo%2520Vetjr%2520-%2520Preto_edited_ed

Escola de Veterinária - Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG, 30161-970

  • Facebook
  • Whatsapp
  • Instagram
  • LinkedIn - Black Circle

 Segunda - Sexta: 9h - 17h

© 2021 Veterinária Consultoria Júnior UFMG. Todos os direitos reservados.

bottom of page