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Distúrbios metabólicos em Psittaciformes

Atualizado: 14 de mar. de 2022


As aves da ordem dos Psittaciformes, em geral, são animais inteligentes, interativos e comunicativos, que tem grande capacidade cognitiva, o que é evidenciado na sua facilidade em imitar sons por exemplo. Essa ordem compreende indivíduos da família Psittacidae (araras, papagaios, periquitos e maritacas) e Cacatuidae (calopsitas e cacatuas), sendo que alguns autores consideram que também existe a família Loridae (loris e lorikeet).

Por serem animais de belas cores, sociáveis e espertos, o mercado de criação dos Psittaciformes aumentou nos últimos anos, junto a isso as pesquisas para conhecer a fundo sua fisiologia também foram fomentadas. Essas aves são animais exóticos, com exceção da calopsita e do periquito australiano, por isso precisam de licença e cadastro para sua criação. Nesse texto iremos discorrer sobre alguns distúrbios metabólicos que afetam os Psittaciformes, com o objetivo de atentar tanto proprietários, quanto criadores para a saúde de seus animais.

O primeiro distúrbio é a gota úrica, essa doença consiste no acúmulo de cristais de ácido úrico nos tecidos das aves. O ácido úrico é o produto final do catabolismo de proteínas, nitrogênio não proteico e purinas. Quando existe um excesso dessa substância no organismo a ponto dos rins não conseguirem filtrá-la, ela vai para a corrente sanguínea e é depositada nas articulações, serosas de vísceras e até rins e ureteres em forma de urato monossódico. A gota úrica pode se apresentar de duas formas: articular, de caráter crônicos, ou visceral, de caráter agudo. Geralmente, o tratamento se dá pela correção da dieta e pela administração de medicamento que diminua os níveis de ácido úrico no organismo. Existem diversas causas que podem levar a formação de gota úrica, a citar:

  • Lesões renais por hipovitaminose A;

  • Dieta com proteínas em excesso ou aminoácidos desbalanceados;

  • Distúrbio eletrolítico;

  • Hipercalcemia;

  • Micotoxinas;

  • Pielonefrite

  • Neoplasias;

  • Herança genética;

  • Fármacos com potencial nefrotóxico

O próximo distúrbio é a Diabettes Melito, uma doença um pouco controvérsia nas aves, pois sua patogênese ainda não é bem conhecida, visto que ainda não se sabe se a doença é causada por uma liberação excessiva de glucagon ou pela falta de insulina, hormônios cuja função é regular a glicemia. A doença pode ter duas origens: primária ou secundária, quando o comprometimento de outros órgãos levam a inflamação ou destruição do pâncreas. O diagnóstico se dá pela combinação de dois parâmetros: hiperglicemia persistente e glicosúria, vale lembrar ainda que a glicemia das aves fica entorno de 180-350 mg/dl e que para ser considerada hiperglicemia a medida deve estar acima de 684-792 mg/dl. O tratamento depende dos exames clínicos feitos, mas inclui correção de dieta, aplicação de insulina e ingestão de medicamentos hipoglicemiantes. Alguns dos dinais clínicos são:

  • Poliúria;

  • Polidipsia;

  • Polifagia;

  • Perda de peso.

Por fim, o último distúrbio a ser explicado é o bócio, que é a hiperplasia da glândula tireoide devido a uma deficiência de iodo. O iodo, assim como a tirosina, tem um papel importante na formação dos hormônios T3 e T4, caso ele não seja suficiente, não há produção desses hormônios. Outro detalhe importante é que a secreção de T3 e T4 é regulada pelo TSH (hormônio estimulante da tireoide), esses três hormônios tem sua secreção influenciada pela estação do ano, fotoperíodo, intensidade da luz, temperatura, ciclo reprodutivo, estação de muda e nutrição. Os sinais clínicos do bócio são regurgitação e dispneia, devido a compressão da glândula, que está hiperplásica, pelo esôfago e traqueia. O tratamento é baseado na suplementação do iodo, tanto através da dieta,quanto pela água.


Escrito por: Litssa Galvão


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