A importância das micotoxinas na alimentação de animais silvestres
- VetJr. UFMG
- 15 de mar.
- 2 min de leitura

O que são as micotoxinas?
Micotoxinas são compostos tóxicos produzidos pelo metabolismo de uma grande variedade de fungos, podendo causar doença ou morte quando ingeridas por animais ou humanos. Pode causar problemas crônicos e também quadros agudos, a depender da quantidade ingerida e também do período de ingestão. Algumas espécies animais são mais sensíveis a determinadas micotoxinas. São encontradas principalmente em grãos de milho, soja, aveia e trigo.
Tipos de micotoxinas e seus sinais clínicos
A intoxicação por alcaloides do ergot se chama ergotismo, essa micotoxina é produzida por fungos do gênero Claviceps e estão presentes em cereais como centeio, trigo, cevada e aveia. Possui atividade vasoconstritora, o que diminui a circulação sanguínea periférica podendo causar gangrena das extremidades (geralmente dos dedos), alucinações, coceira, queimação, perda de consciência podendo levar inclusive à morte.
As aflatoxinas são produzidas por fungos do produzida por fungos do gênero Aspergillus presente em amendoim, milho, nozes, castanha, trigo, aveia, centeio, sorgo, etc. Seus principais efeitos incluem hepatotoxicidade, carcinogênese, teratogênese, mutagênese, imunossupressão e hemorragia renal e do trato intestinal; além disso, intoxicações agudas
podem levar à morte.

A ocratoxina A é produzida por fungos Aspergillus de conídios negros e amarelos e é encontrado em milho, café, feijão, uva. Dentre os efeitos tóxicos da ocratoxina A, destacam-se sua nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, teratogenicidade, enterites e carcinogênese.
Os tricotecenos são um grupo de várias micotoxinas produzidas por uma grande quantidade de fungos, principalmente Fusarium, sendo as mais importantes para a Medicina veterinária a Toxina T-2 e o Deoxinivalenol. A toxina-T2 causa sintomas como vômitos, diarreia, letargia, perda de peso, hemorragia e alterações no fígado e no estômago. O deoxinivalenol está associado a alterações intestinais, do sistema imune e do sistema nervoso, casos de exposição aguda se caracterizam por vômito, diarreia, desnutrição e dor abdominal, já nos casos crônicos é possível observar recusa de alimento, imunossupressão, sialorréia (aumento da produção de saliva) e desuniformidade de lotes.
Prevenção e Controle
A prevenção é fundamental para evitar o crescimento de fungos na ração e alimentos, portanto, a inspeção da qualidade de matéria-prima utilizada na composição das dietas torna-se de extrema importância Além disso, é importante ressaltar as boas práticas no armazenamento e processamento de grãos: controle de umidade e temperatura, preparação da ração, com estocagem adequada, controle de insetos e roedores, para evitar danos aos grãos e alimentos. Fique atento!
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Fonte:
Caderno técnico de Veterinária e Zootecnia n94 - Atlas de micologia veterinária, 2019; Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (EV-UFMG), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais (CRMV-MG).
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