Doenças de pele em coelhos: O que eu preciso saber para levar o meu bichinho ao veterinário?
Um fato inegável é a popularidade dos “pets não convencionais” (coelhos, pássaros, porquinhos-da-índia e até mesmo répteis e anfíbios) como animais de companhia estão crescendo e ganhando espaço em diversos lares brasileiros. Contudo, assim como os demais animais de companhia, os pets exóticos também sofrem com diversas patologias. No caso dos coelhos (Oryctolagus cuniculus), as doenças que mais afetam esses animais, normalmente estão associadas ao trato respiratório e intestinal, mas que podem acometer pele e pelos.
Em sua maioria, são doenças presentes na forma subclínica e que podem aparecer em episódios de estresse, como mudança de manejo, transporte ou ainda pela manipulação errônea por parte dos donos dos animaizinhos. Contudo, entender as doenças que podem acometer esses animais se faz de extrema importância para o médico veterinário clínico, que irá diagnosticar, tratar e prevenir tais enfermidades, bem como os tutores, que devem perceber as mudanças nos animais e levá-los o mais rápido possível ao veterinário!
Esse texto irá mostrar algumas afecções que podem acometer esses pequenos animais peludos, possíveis alterações que podem ajudar o tutor a identificar o momento exato de quando devemos levar o animal ao médico.
As doenças infecciosas de origem fúngica normalmente acometem a pele de coelhos, nesse caso, caracterizadas como dermatofitoses. Dentre os agentes envolvidos, podemos destacar; Trichophyton mentagrophytes, Microsporum canis, Aspergillus spp., Pneumocystis carinii sp. e Trichophyton gypseum. Em sua maioria, a transmissão ocorre por contato direto com animais doentes. Clinicamente, observa-se lesões localizadas ao redor da cabeça ou orelhas, que se estendem para as demais regiões do corpo incluindo as patas. As lesões possuem aspecto crostoso, hiperêmico, pruriginoso, eritematoso, circunscrito e sem a presença de pêlos ou com queda excessiva destes. Complementando o exame clínico, o diagnóstico histopatológico pode apresentar hiperqueratose, hiperplasia epidérmica, foliculite, infiltrado mononuclear e polimorfos de células claras. Essas alterações podem ser percebidas pelo veterinário e irá guiá-lo ao diagnóstico final e tratamento.
Nestes casos, o médico poderá ainda realizar procedimentos de coloração por prata e PAS (Ácido Periódico de Schiff) para melhor demonstração dos artrósporos típicos presentes nas hastes de pelos dos animais. É importante evidenciar a necessidade de diagnósticos diferenciais, como “alterações comportamentais” , perda de pelos durante a construção no ninho, sarna, carência genética de pelo, muda de pelagem, dentre outros. Em casos positivos para agentes fúngicos, é necessário o seu isolamento e cultivo em meio próprio para fungos para um diagnóstico mais assertivo.
Infecções por Aspergillus spp. são comuns em animais jovens e podem causar granulomas pulmonares e ocasionalmente são isolados em coelhos que passam pelo processo de necrópsia. Nestes casos, lesões inflamatórias circunscritas com uma área central de necrose de coagulação, além de resposta de células inflamatórias, sobretudo mononucleares, são facilmente encontradas. Com uma coloração com PAS, é possível identificar hifas septadas em boa parte do isolado. Como tratamento geral, a literatura nos mostra que a administração oral de antifúngicos durante duas semanas pode trazer bons resultados. Contudo, deve-se ressaltar a particularidade dos coelhos, que por praticarem a cecofagia e serem dependentes da microbiota intestinal, são facilmente acometidos por disbiose intestinal mediante o uso indevido de medicamentos.
Nesse sentido, é importante mostrar aos tutores medidas de controle e profilaxia, como o isolamento de animais doentes e o tratamento destes, além de evitar o contato direto com outros animais invasores, são de extrema importância. Além disso, podemos citar a necessidade de quarentena e exames periódicos, que ajudarão a identificar possíveis patógenos antes mesmo de causarem doenças nos animais.
A VetJr. oferece serviços no manejo sanitário de diversos animais exóticos, manejo este que conta com protocolos de quarentena, exames de rotina e até mesmo calendários de controle de parasitoses. Para os tutores, oferecemos diversas cartilhas contendo os bons hábitos de higiene e cuidado para as mais diversas espécies de pets exóticos. Quer saber um pouco mais sobre o assunto? Ligue para um de nossos consultores!
Texto escrito por: Pedro Viana Entre em contato conosco:
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