Como acasalar canários de cor: o básico que você precisa saber
Atualizado: 14 de mar. de 2022
A variedade de cores e padrões em canários atraem cada vez mais criadores, competidores e compradores. Por isto os programas de melhoramento genético são importantíssimos na criação de canários de cor. Os criadores devem estar atentos aos pigmentos e fatores que colorem nossos canários, para que sejam capazes de programar os cruzamentos, a fim de obter determinada característica. Ao final do texto estão dispostas tabelas bases para mutação que são utilizadas para predizer as possibilidades e até mesmo as chances de cada resultado de cores dos cruzamentos.
Basicamente, dois pigmentos são responsáveis pela a variação de cores que encontramos: o lipocromo e a melanina. A interação, presença ou falta e até a intensidade desses dois fatores são a base das diferentes tonalidades encontradas, sendo resultado de mutações genéticas que ocorrem.
Para entender como as mutações ocorrem é importante entender a origem delas. O “canário original”, também chamado de canário selvagem ainda pode ser encontrado em regiões como Cabo (localizada na África do Sul) ou as famosas Ilhas Canárias. Esse animal apresenta uma combinação dos pigmentos citados com uma coloração amarelo-acinzentado. Já outros canários, como o canário mosaico, intenso e branco, possuem coloração clara e derivam todos de uma linhagem de pássaros livres de melanina. Entretanto, são diferentes em algumas variáveis características do próprio animal, uma vez que existem mutações diferentes no fator lipocromo de cada um.
Para entender como funciona esses fatores e como trabalhar com eles a seu favor, é importante revisar dois conceitos básicos de genética: o fenótipo e o genótipo. O genótipo é um conjunto de genes presentes no DNA que interagem entre si e definem as características dos seres vivos e, nesse caso, da aparência física dos canários. Já o fenótipo é a manifestação do DNA no meio externo, ou seja, aquilo que podemos ver e avaliar de forma empírica sem a necessidade de ferramentas científicas. Dessa forma, quando classificamos as aves em vermelho intenso, mosaico amarelo ou canela estamos avaliando o fenótipo destes animais. Entretanto, fatores ambientais também interferem na manifestação destas características e delimitam o potencial de expressão dos genes, ou seja, afeta a presença ou não da característica, bem como a intensidade dela. Um exemplo desta interferência é a alimentação dos canários, que pode favorecer ou não o depósito de lipocromo, afetando a coloração das penas.
Assim, através da informação do genótipo, do fenótipo e dos fatores ambientais envolvidos é possível formar casais visando aumentar o padrão técnico da criação. Entretanto, é importante salientar melhor alguns pontos chaves da genética que influenciam diretamente a criação de canários:
Mutantes x portadores: estas duas classificações básicas se dizem respeito a expressão do genótipo (potencial). É classificado como mutante aquele canário que possui o gene para a variação e o expressa; já o canário portador possui o potencial, mas não o expressa.
Dominância: os genes seguem uma espécie de hierarquia e a partir dela tem-se genes recessivos e dominantes. O gene recessivo só irá expressar sua característica se o dominante não estiver presente. Assim, cada característica é definida pela relação de dominância entres o gene da mãe e do pai. Exemplificando: se a mãe envia um gene X (a letra maiúscula denota dominância) e o pai um gene x (minúsculo, logo, recessivo), a característica da mãe será expressa em detrimento da característica do pai.
Herança ligada ao sexo: a definição de sexo nos canários é oposta a dos seres humanos, ou seja, o sexo masculino é definido pela homozigose, ou seja, um par de genes idênticos (xx) e a fêmea é portadora do alelo ímpar (xy). Por este fato, o macho pode ser mutante ou portador das peculiaridades da herança ligada ao sexo, já que possui dois alelos iguais e o que vai definir a expressão da característica é a dominância como explicada acima. Já a fêmea, por ter o gene ímpar, a característica de x vai ser expressa mesmo que recessiva, não podendo ser portadoras, apenas mutantes ou não. Exemplos de mutações ligadas ao sexo: ágata, canela, isabelino, asas cinzas e inos (albinos) lipocrômicos.
Herança autossômica: todos os seres têm um número certo de cromossomos que compõem seu código genético. No caso dos humanos existem 23 (22 autossômicos e 1 sexual), ou seja, dos 23 pares de cromossomos, 1 define o sexo. Nos canários ocorre de forma semelhante, porém eles possuem 40 pares de cromossomos e 1 deles é o definidor do sexo. Atualmente, existem 10 pares de cromossomos conhecidos que influenciam nas cores dos canários e, por proporção, 9 são cromossomos de herança autossômica e 1 cromossomo de herança ligada ao sexo.
Para tentar predizer as possibilidades de cores de cada cruzamento deve-se adicionar informações importantes relacionadas com os fatores que serão modulados, tendo em vista que a qualidade e a procedência das informações são proporcionais à qualidade das inferências feitas sobre os resultados. A procedência dos canários e a assistência especializada facilitam e potencializam o processo a partir do delineamento de um programa de melhoramento genético.
Como fazer um programa de melhoramento genético de sucesso? A Vet Jr. pode te ajudar.
O projeto começa a partir de seu delineamento: a empresa se reúne, processa e analisa os índices zootécnicos de todo plantel, de modo a eleger os casais “padrão ouro”;
Em uma segunda fase, classifica-se as metas do programa a partir da demanda do criador, seja ela elevar o valor de mercado das aves ou participar de competições, por exemplo.
Posteriormente, é feita uma avaliação de mercado para se calcular, monetariamente, o quanto que a elevação de cada índice zootécnico gera de lucro ao produtor;
O projeto é aplicado e metrificado para analisar os ganhos. A partir desta análise o programa é reajustado de acordo com as novas metas e realidades do mercado.
Escrito por: Gabriel Vieira
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