Doenças Metabólicas em Vacas Leiteiras: Saiba os Principais Fatores de Risco
Atualizado: 18 de mai. de 2020
As vacas leiteiras apresentam um gasto metabólico muito elevado, sendo que nos primeiros quatro dias pós-parto aumenta a sua demanda em glicose (3 vezes), aminoácidos (2x) e ácidos graxos (3x) quando comparado ao útero aos 250 dias de gestação.
O descompasso entre a ingestão e demanda de nutrientes gera um balanço energético negativo por várias semanas após o parto. Essa alteração metabólica acaba por favorecer o aparecimento de doenças como a Cetose, que em sua forma subclínica, tem sido uma das doenças mais recorrentes em rebanhos leiteiros, principalmente nos sete primeiros dias após o parto e no pico de produção, gerando grandes perdas para o produtor. Além disso, o descompasso também favorece o acúmulo de β‐hidroxibutirato (βHBA), que é o principal corpo cetônico produzido por ruminantes, sendo um importante indicador do desenvolvimento das patologias pós‐parto.
Com base em vários trabalhos, a incidência de cetose clínica pode vir a alcançar de 2% a 15%, e a de cetose subclínica, de 9% a 34%, sobre os rebanhos. Tendo em vista os grandes prejuízos, diversos estudos foram realizados e foram relatados seis fatores de risco para a Cetose no período de periparto:
Sazonalidade: Estudos demostram que o risco de uma vaca padecer de cetose é cerca de 41% maior em vacas que parem durante o verão. Raça: A raça Jersey apresentou 1,46 vezes mais chances de sucumbir à cetose do que a raça Holandesa.
Número de lactações: Para multíparas, maior número de dias secos e maiores intervalos entre partos elevou a incidência da enfermidade. Já para as primíparas, maior idade ao primeiro parto aumentaram as chances de cetose.
Produção de gordura no leite: Produção maior ou igual à 1.22 kg por dia, no último teste realizado na lactação anterior, foi associada à diminuição da chance de cetose na lactação atual.
Metrite primária e secundária: Isto se deve ao fato dos animais doentes, acome-tidos por metrites, estarem sujeitos a menor ingestão de matéria seca, consumindo suas próprias reservas corporais, sendo mais susceptíveis a cetonúria.
Escore de condição corporal (ECC): Um ECC elevado na parição é um importante risco para cetose, sendo que vacas com ECC ≥ 4,0 apresentam níveis elevados de corpos cetônicos circulantes no sangue e maior risco de desenvolver cetose clínica e subclínica quando comparadas com vacas classificadas com ECC moderado ou baixo.
Escrito por Tales Bernardes.
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